Grupo realiza reunião para ajudar pais de dependentes químicos

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Resumo do post O Grupo Vida Nova do Nar–Anon, para ajudar pessoas que sofrem com o desespero relacionado ao problema de dependência de drogas de alguém próximo, realiza uma reunião aberta com palestras, depoimentos e a distribuição das literaturas do Nar–Anon, quinta-feira, (30), às 19h15, no Salão da Paróquia da Igreja de Santana, localizada na Rua Guedes Cabral, Rio Vermelho. Segundo o integrante Arnaldo*, “o trabalho com a família é necessário por que eles assumem a responsabilidades pelo o que ocorreu com o dependente e desperta em si sentimentos de medo e culpa se tornando pessoas ansiosas e desesperadas”.

Resto do post O Nar–Anon é uma associação de familiares e amigos de dependentes químicos que se juntam para compartilhar suas experiências, forças e esperanças em busca de recuperação dos danos que o dependente trouxe para suas vidas. Com 15 integrantes fixos e sem cobrar taxas nem mensalidades, o grupo Vida Nova procura através da prática do programa Doze Passos e Doze Tradições, também usados pelos Alcoólicos Anônimos (AA), demonstrar ao individuo que não há situação tão difícil que não possa ser amenizada ou dor que não possa ser superada.
Apesar de não ser religioso, o programa incentiva os participantes a ter uma forma espiritual de viver e acreditar em um ser superior que pode mudar as situações que ela não pode. O grupo realiza dois tipos de reunião, sendo a primeira fechada, só para os pais e amigos de dependentes e a segunda aberta para a comunidade em geral. Arnaldo explica que nas reuniões fechadas “só são permitidas a realização de ações ligadas aos grupos”. As pessoas que chegam para participar pela primeira vez das assembléias observam que são realizadas algumas leituras e que a fé independente de qualquer religião é colocada como o ponto forte da cura.
Por negação ou vergonha muitas vezes os parentes só procuram ajuda quando o problema já está em estágio adiantado e o relacionamento com a família esta abalado. Arnaldo* relata que, “pela prepotência e por acreditar que eu era o chefe da família e podia fazer o melhor para o meu filho, não conseguia enxergar as coisas que acontecia. Comecei a assumir as responsabilidades dele, comecei a pagar os cheques sem fundos que ele dava a traficante. O que me fazia mal, por que eu ficava ansioso, com medo e culpa”. Ele afirma que só conseguiu melhorar depois que participou das reuniões fechadas, onde compartilhava o seu desespero com pessoas com problemas idênticos aos deles.
Já Leonora*, mãe de um dependente vivia triste e se culpava muito, pois acreditava que o filho tinha escolhido o caminho das drogas por falta de afeto da família. Ela disse que após o convite de um colega resolveu ir a uma das reuniões do grupo Viva Nova, porém quando chegou ficou muito irritada, pois “eles falavam que eu assim como os outros tinham que procurar a recuperação pessoal, por que também estávamos adoecidos. E eu não acreditava nisso, pois era meu filho que se drogava e não eu, eu queria tratamento para ele e não para mim. Eu não aceitava a impotência, e me culpava, buscava onde tinha errado”. Com idas frequentes aos grupos de mútua ajuda L. relatou que sua vida começou a mudar, pois aprendeu que ela era “imponente a droga” e achou “uma forma melhor de viver a vida. Hoje com oito anos de participação ainda não me sinto curada, por isso continuo participando”.
Detalhes reveladores
Embora os dependentes químicos não tenham um único comportamento, há detalhes que podem indicar que a pessoa está envolvida em problemas: "É sempre um azar danado, o filho está sempre sendo vítima de roubo, uma hora é relógio, outra celular, e os pais continuam repondo, achando que é normal. Uma característica muito comum é a da manipulação. Há aqueles que ficam agressivos ou reclusos, comem demais ou de menos, trocam o dia pela noite na rua. É preciso estar atento também ao uso constante de colírio, incenso, toalha na porta do quarto, tubo de caneta vazio e espelho (usados para cheirar cocaína). Verifique também se não há sumiço de folha de cheque, dinheiro guardado", orientam os participantes mais antigos do Nar-Anon.
Eles lembram ainda que, os dependentes abandonam os estudos, porque a droga não retém a informação; se trabalha, começa a atrasar, faltar, e aí, muitas vezes, ocorre o envolvimento da família, que para evitar que perca o emprego costuma ajudar nas desculpas. "Esta é uma doença que leva as perdas, da escola, do trabalho, da namorada, e até da família, que chega um momento que não mais agüenta a pressão".
Os nomes usados ao longo da matéria são fictícios, pois o grupo exige o cumprimento do anonimato dos integrantes.

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