Camas e cabines de bronzeamento artificial estão sob ameaça Anvisa quer fechar

Resumo do post Preocupada com o índice de câncer de pele causados por bronzeamento artificial, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu neste mês uma consulta pública que pode resultar na proibição do uso estético desse equipamento, e também do comércio, aluguel, doação e importação. A posição está baseada em um estudo realizado pela Agência Internacional de Pesquisas do Câncer (IARC, na sigla em inglês), onde o resultado demonstrou que o bronzeamento artificial tem efeitos nocivos à saúde. A Agência Internacional incluiu desde julho as câmaras de bronzeamento na lista de fatores comprovadamente causadores de câncer.

Resto do post No entanto, a proibição proposta pela Anvisa não se aplica aos equipamentos com emissão de radiação ultravioleta destinados a terapias médicas, como por exemplo, no tratamento de doenças como psoríase e vitiligo. A Agência ainda estabeleceu o período de um mês, até 31 de setembro, para profissionais de saúde, população e fabricantes opinar sobre a medida de proibição.
As camas de bronzeamento artificial possuem uma estrutura toda em acrílico transparente por onde passam as luzes vindas de diversas lâmpadas. Essas lâmpadas são divididas em alta, mista e de baixa intensidade, e geram 98% de luz ultravioleta A e 2% de ultravioleta B.

“Os efeitos dos raios ultravioletas A, naturais ou artificiais, não são visíveis imediatamente, porém, os danos da irradiação vão se acumulando e podem mostrar os sinais depois de 10 anos ou mais. Por exemplo, crianças que foram expostas ao sol no seu estagio mais forte, 8h às 18h, tem chances maiores de desenvolverem uma doença de pele quando adulta”, explicou a esteticista e presidente da Associação Baiana de Profissionais de Estética (Asbape-BA), Dadi Damasceno.

A esteticista relatou ainda, que não utiliza o bronzeamento artificial justamente por ele poder provocar câncer. “Eu não uso e nem indico o uso do bronzeamento artificial, porque as luzes das câmeras de bronzeamento emitem raios que funcionam da mesma forma do sol, e a exposição a esses raios desencadeia vários malefícios a saúde das pessoas, como casos de câncer de pele, e o envelhecimento cutâneo da pele”.

A favor da explicação da esteticista está o resultado da pesquisa da IARC. O estudo revelou que as pessoas ao iniciar o uso dos equipamentos de bronzeamento artificial antes dos 30 anos, tem até 75% de chances de ter melanoma, o tipo mais agressivo de câncer de pele. A Anvisa possui desde 2002, quando se intensificou o uso estético das câmaras de bronzeamento no Brasil, um regulamento que veda o uso desses equipamentos por menores de 18 anos.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que em 2008 tenham ocorrido aproximadamente 126 mil casos de câncer de pele no país, o que demandou investimentos da ordem de R$ 24 milhões do Ministério da Saúde para assegurar o tratamento dos pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Dentre os cânceres de pele, o melanoma é um dos tipos que apresenta maior letalidade. Apenas no ano passado foram registrados cerca de seis mil casos no Brasil. A Organização Mundial de Saúde estima que anualmente ocorram cerca de 130 mil casos novos de melanoma no mundo.

Sinais precoces
Crescimento na pele de aparência elevada e brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida;
Uma “pinta” preta ou acastanhada que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas suas bordas e cresce de tamanho;
Uma “mancha” ou ferida que continua a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento.
Como prevenir
Examinando a pele regularmente e reconhecendo os sinais precoces de tumor.
Protegendo-se dos raios solares através do uso de roupas e/ou filtros solares adequados. Lembrando sempre que a radiação solar é mais intensa entre 10 horas da manhã e 3 horas da tarde.
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) não aconselha o uso do bronzeamento artificial.
O importante com relação ao câncer da pele é que é possível preveni-lo e curá-lo quando diagnosticado precocemente.