Resumo do post Quando você vai a um salão de beleza observa se o local é higienizado? Questiona se os instrumentos perfuro - cortantes foram esterilizados de forma adequada? Se você não liga para essas questões, está na hora de prestar mais atenção, pois caso o estabelecimento não atenda aos critérios e normas de biossegurança, uma simples ida ao cabeleireiro pode se transformar em um grande problema e colocar sua saúde em risco, através da transmissão de doenças que vão desde micoses e dermatites a tétano, hepatite C e até HIV. É o que alerta a coordenadora do curso de Gestão em Estética da Unifacs, Maristela Orge, após realizar pesquisas sobre contágio de doenças em frequentadores de salão de beleza. A pesquisa demonstrou que tem crescido a infecção de micoses nos centros de estéticas de Salvador. Por isso, a esteticista avisa às pessoas que antes de sentar em uma cadeira para cuidar da aparência, "é necessário ter um olhar crítico e observar as situações que ocorrem no salão, para que os cuidados de beleza não se transformem em pesadelo".
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Ir ao salão de beleza e sair esbanjando elegância, charme e saúde é o desejo das pessoas que procuram o local, no entanto para isso acontecer são necessários não apenas procurar estabelecimentos com profissionais competentes e antenados nas tendências da moda, mas principalmente ter certeza de que o local é higiênico. "Para saber se um local é higienizado é necessário observar. Por exemplo, o primeiro hábito saudável que o profissional deve ter é lavar as mãos entre um cliente e outro. Se isso não acontecer você já pode formar a sua opinião sobre o local", ensina a sanitarista Mônica Vallim que lembra, no entanto, que as maiores denúncias na vigilância são por falta de esterilização de materiais. De acordo com ela, há outros cuidados que precisam ser notados. "O piso e as paredes devem ser lisos e impermeáveis para não acumularem germes, poeira ou resquícios de secreções. No salão não deve ter carpetes e paredes com textura".
Entre os riscos enfrentados pelos freqüentadores dos centros que cuidam da estética, são os efeitos colaterais relacionados à utilização de produtos não-registrados ou aplicados por profissionais sem a devida formação. A fim de evitar este tipo de transtorno, Maristela recomenda a utilização de produtos que trazem na embalagem nome, endereço e telefone do fabricante, "é necessário evitar produtos feitos em fundo de quintais, as famosas soluções caseiras. Já no caso de cosméticos que possam causar reações alérgicas, a exemplo de tinturas, alisantes, maquiagem, cera e esmalte, são necessários o registro na Anvisa".
Preocupada com o resultado da pesquisa que informa o aumento no número de contágios de Hepatite em salão. A esteticista dá dicas que podem assegurar um tratamento estético saudável e seguro. Na hora da depilação "a reciclagem de cera é proibida! A espátula usada na virilha não deve ser aplicada no buço e, o material usado para misturar a cera não deve ser o mesmo que se usa na pele do cliente". Quando o assunto são os cabelos, Maristela alerta que "as escovas de cabelo também devem ser trocadas a cada cliente. Elas devem ser limpas e desinfetadas. Para evitar a pediculose, infestação de piolhos. É necessário observar se a toalha a ser usada esta realmente limpa ou se o pente usado com outra pessoa não conserva algum resíduo de cabelo".
Com a finalidade de impedir qualquer tipo de infecção entre um cliente e outro, alguns empresários já utilizam esterilizadores e materiais descartáveis. Aelson Jesus, proprietário da Barbearia Heros, no Santo Inácio, disse que o uso do esterilizador é fundamental para a credibilidade de uma barbearia e deve ser feito com seriedade. "Os aparelhos esterilizadores chegam a uma temperatura de 121º. Lá colocamos vários instrumentos perfuro - cortantes, por um pouco mais de 40 minutos. Isso permite que, para cada cliente, usemos um produto totalmente higienizado", explica.
A manicure Mari Santos, relatou que certos tratamentos pedem utensílios do tipo descartáveis, para que não haja o risco de transmissão entre uma pessoa e outra. "Tenho uma preocupação muito grande com a higienização, em especial com os instrumentos utilizados para fazer unha, nos quais os casos de contaminação são bastante comuns". Ela lembra ainda que alguns cuidados como toalhas para uso individual e protetores plásticos de bacia são providências simples e já ajudam bastante na higienização, reduzindo os riscos de contaminação. No entanto, mesmo com estes cuidados os médicos avisam que o recomendável ainda é o cliente levar sempre um kit manicure, com seus próprios materiais esterilizados. "Muitos estabelecimentos negligenciam a esterilização, não realizam uma limpeza correta nos instrumentos cortantes, deixando-os com resíduos de sangue e facilitado à transmissão das Hepatites", avisa Maristela.
Irregularidades em salões de bairros populares
Ciente das normas de segurança a equipe de reportagem da Tribuna da Bahia foi às ruas e observou oito salões de bairros populares. Em todos os locais visitados foram vistas irregularidades, a exemplo de manicures sem luvas, trocas de alicate enquanto tratava da mesma unha da cliente, cabeleireira sem luva, sem limpar as escovas entre uma pessoa e outra. Foi observado ainda, que quem atende as normas da vigilância, normalmente, são os localizados em shoppings e de autos custos. Sem ter condições, as pessoas optam por fazer o seu tratamento de beleza em um estabelecimento que oferece o serviço mais barato e na maioria das vezes o barato sai caro. A estudante, Joselha Silva, 23 anos, ficou com trauma de manicure, depois de quase perder o dedo polegar do pé direito. Ela conta que ia a um evento e precisava embelezar as unhas. E visto que o salão de costume estava cheio ela resolveu ir a um outro. "Eu tenho a cutícula muito frágil e avisei a menina que não cavasse muito. Ela fez minha unha, pintou e eu fui à festa. Passado dois dias apareceu uma inflamação com secreção no meu dedo e, quando olhei direito vi que uma parte da minha unha estava solta", relata a estudante que continua "Eu cortei a parte solta e fiquei com o restante agarrado no dedo. Passei por um grande problema, pois a secreção começou a feder e eu só andava de sapato com vergonha de mostrar meu pé para as pessoas".
A estudante conseguiu solucionar o caso, após ir ao médico e utilizar os medicamentos receitados. No entanto, o que Joselha e várias outras vitimas de salões não sabem, é que em casos de danos a sua saúde, eles devem avisar ao Procon do ocorrido para que tenha orientação de como deve prosseguir em um caso desses e o local seja fiscalizado. Em um ano e meio, o Procon, localizado na Carlos Gomes contabilizou cinco casos de denúncias a centros de estéticas.
Cuidado com a saúde no salão de beleza
| author: gasandancasPosts Relacionados:
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