Morte súbita tem causa genética

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Resumo do post A causa mais comum de morte súbita cardíaca nos jovens, a Síndrome do QT Longo Congênito ou cardiomiopatia hipertrófica, é hereditária e tem controle. Durante o 64º Congresso Brasileiro de Cardiologia, ontem, no Centro de Convenções, foi revelado que o Instituto Nacional de Cardiologia do Ministério da Saúde conseguiu, pela primeira vez no Brasil, identificar uma mutação genética da Síndrome do QT Longo Congênito, uma das causas de morte súbita em crianças e jovens.

Resto do post O cardiologista e especialista em doenças cardiomiopatia Fernando Eugênio dos Santos, explicou como a identificação desta mutação pode ajudar a população brasileira. “É possível identificar essa mutação não só em pessoas que têm o diagnóstico, mas também em familiares, porque se trata de uma doença transmitida geneticamente. Com a identificação dessa mutação e a realização de um diagnóstico preventivo nos familiares das pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares, os médicos vão poder diminuir o efeito das mutações com medicamentos específicos. No entanto, é importante lembrar que está doença ainda não tem cura”.

A síndrome QT Longo é um tipo de arritmia cardíaca caracterizado por alterações típicas do perfil electrocardiográfico. De acordo com especialistas, esta síndrome pode ser causada por uma de cinco anomalias genéticas observadas em aproximadamente uma em cada 10 mil pessoas, e é responsável no ano por cerca de 4.000 mortes em pessoas menores de 20 anos.

O cardiologista Fernando explicou durante a sua palestra, Morte súbita infanto-juvenil, a necessidade das pessoas realizarem o exame para identificar se possuem enfermidades cardiovasculares congênitas. “É preciso realizar o exame que identifica se a pessoa tem problemas cardiovasculares, porque quanto mais cedo iniciar o tratamento melhor. Se uma pessoa tem o histórico na família de um parente que morreu de complicações de doenças cardiovasculares, ela deve procurar um centro de saúde e realizar um eletrocardiograma”.

A síndrome QT Longo é uma enfermidade que têm acometido, principalmente, esportistas e atletas. Segundo o médico cardiologista da Federação Internacional de Esporte (FIFA), Nabil Ghorayeb, estima-se que 2,5% de 100 mil jovens atletas morrem por doenças cardiovasculares, enquanto 0,9% de 100 mil indivíduos que não praticam atividades físicas morrem da enfermidade.

“Sempre vemos notícias veiculadas pela mídia de Morte Súbita envolvendo atletas, o que chama a atenção de todos. Mas, é importante relatar que essas mortes não acontecem por causa da prática do esporte, e sim pela falta de avaliação médica. Portanto, qualquer indivíduo cuja família possua um histórico de doença cardiovascular deve investigar seus riscos potenciais, através dos exames específicos, que podem ser realizados pelos centros e postos de saúde antes de praticar qualquer atividade física”, alertou o cardiologista.

Nabil Ghorayeb ainda contou sobre uma avaliação que realizou com adolescentes de classes sociais diferentes, e que tem o sonho de ser atletas Olímpicos. “No final do ano passado realizamos uma avaliação com 700 adolescentes de 14 a 17 anos, de classe alta e média, que queriam ser atletas olímpicos. O resultado da pesquisa demonstrou que pelo menos 20% dos integrantes do primeiro grupo tinham algum tipo de alteração, tanto benéfica como de risco, no coração. Já o resultado do segundo grupo demonstrou que a alteração no coração foi de 21%”.

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