ENTREVISTA SOBRE MATERIAL DE APOIO PARA AS ESCOLAS

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A diretora da escola Municipal Agnelo de Brito, localizada na rua Manoel Almeida Pacheco, na Boca do Rio, Luciana Pereira Ramalho. Diretora, desde fevereiro do ano vigente. em entrevista a nossa equipe de reportagem, fala sobre o material escolar na Escola Agnelo.

GAS - Vocês contam com ajuda de custo de alguma empresa para o abastecimento de materiais escolar?
LP - Não, infelizmente somente os recursos do governo federal e municipal.

GAS - Com a mudança do governo ocorreu alguma modificação na distribuição dos materiais didáticos para a escola?
LP - Sim, os recursos que são de administração municipal sofreram uma brusca mudança, no que diz respeito à quantidade. Houve um decréscimo no envio de materiais do tipo: papel ofício, álcool (já que em muitas escolas usamos o mimeógrafo - absoleto, porém barato - em vez de computadores e impressoras), papéis diversos para trabalhos artísticos, etc.

GAS - O que é feito quando não tem materiais e nem recurso para comprá-los?
LP - Muitas vezes o professor e, a direção da escola compra, com recursos dos próprios, ou, o que acontece muito raramente, alguma doação da comunidade. Ultimamente, como não são mais enviados cadernos, lápis, borrachas e canetas, estamos pedindo aos alunos e suas famílias que providenciem.

GAS - O que é feito com o aluno que não tem possibilidade de comprar o material didático?
LP - Quando são poucos o professor, coordenação ou direção doa o material, mas quando são muitos, buscamos fazer campanhas com a comunidade na qual a escola está inserida.

GAS - A falta de material didático e de limpeza causa que conseqüências no aprendizado do aluno e no trabalho de vocês docentes e coordenadores?
LP - Sem dúvida que atrapalha e muito a falta de material didático, entretanto, como há o recurso criatividade, o professor e o coordenador sempre acabam "dando um jeito", o que permite aos nossos governantes certa tranqüilidade, pois sabem que nos preocupamos com o nosso alunado e procuramos sempre não prejudicá-lo com a falta de material didático; mas quanto ao material de limpeza, está se tornando rotina os diretores comprarem do próprio bolso ou se fazer campanhas com os alunos para angariar materiais de limpeza.

GAS - Como é distribuído o material didático (livros, revistas, cartilhas) para vocês?
LP - Na maioria das vezes, o MEC envia diretamente para as escolas. Livros de literatura, ou também conhecidos como para didáticos, revistas ligadas à educação (tipo Nova Escola, Educação, etc). O MEC e a prefeitura sempre estão munindo as bibliotecas escolares.

GAS - Como era feita a distribuição do material didático antes?
LP - Desde que ingressei na prefeitura, em 2001, a distribuição de livros já era feita dessa forma, portanto não posso avaliar outro método de distribuição.

GAS - O que é necessário fazer para a escola receber os materiais didáticos?
LP - De 3 em 3 anos recebemos catálogos de editoras que participam do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), para que possamos escolher os livros a serem adotados para o triênio seguinte, com base em informações do censo escolar e nas opções das escolas (que normalmente escolhem três livros para cada disciplina), o MEC envia, a cada três anos, livros didáticos.

GAS - O que é feito quando não tem os materiais e, não se tem previsão de quando vão chegar?
LP - Enquanto não chegam, temos que recorrer às apostilas mimeografadas, muitas vezes, já que nenhuma escola possui mecanografia e poucas possuem computadores. Fazemos a atividades avulsas para que os alunos não fiquem com o trabalho pedagógico emperrado por estarem sem livros.

GAS - Como é conservado o material didático?
LP - Há um trabalho efetivo de comprometimento dos familiares, bem como uma constante cobrança de colaboração para a conservação destes materiais. Infelizmente venho observando que a 'cultura' de que o "governo é que deu" e pode estragar que tem obrigação de dar mais ainda é muito forte. Se não houver um comprometimento da família, dificilmente essa postura mudará.

GAS - A escola possui biblioteca?
LP - Em algumas escolas há livros suficientes para montar uma biblioteca, porém não há espaço, como aqui na Agnelo Brito, porém os livros são usados em sala e com cirandas de livros entre os alunos. Já na Metodista Susana Wesley há o espaço da biblioteca, os alunos têm acesso aos livros quando necessitam ou querem, há uma bibliotecária que orienta os alunos, os professores têm um horário semanal de uso da biblioteca, para atividades variadas: a hora de contar histórias, leituras de gibis, pesquisas escolares, uso de Atlas, etc.

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