Artes contribuem para a aprendizagem de alunos
Gisele Assis
A disciplina Educação Artística desperta nos estudantes todo o seu potencial e facilita o aprendizado. Algumas instituições de ensino, preocupadas com a formação cultural dos estudantes, procuram trabalhar os elementos da arte para estimulá-los. As escolas Metodista Susana Wesley e Agnelo de Brito, ambas localizadas na Boca do Rio, em Salvador, têm como método de ensino o uso da arte através do teatro, dança, artes plásticas, desenhos e fotografia.
Na escola Metodista Susana Wesley, localizada na Rua Simões Filho, na manhã do dia 21 de março, havia um mural com rabiscos que formavam desenhos feitos pelos alunos, e versos com frases carinhosas. No pátio, crianças corriam, afinal eram 10h - hora do intervalo. Em uma sala, logo ao lado do pátio, encontrava-se Maria José Falcão, diretora da escola. Ela informou que, apesar de não haver a disciplina educação artística no currículo escolar, os professores procuram ensinar utilizando os recursos artísticos. “Atualmente a escola possui uma professora que começará a dar aulas de dança às crianças”.
Após alguns minutos de conversa, fui apresentada à professora de Tecnologia Ivone da Anunciação, que falou a respeito do projeto interdisciplinar, realizado por ela juntamente com duas professoras, Rosana Giongo e Lúcia Florinda, docentes do pré II, atualmente CEB II. Nele, as crianças tiveram como atividade estudar um artista baiano e produzir uma obra inspirada em seu trabalho.
“Motivados pela vontade de conhecer mais sobre a arte do Mosaico, os alunos prestavam mais atenção nas aulas, estudavam a biografia de Bel Borba, faziam debates com as professoras e os colegas. Nas aulas de matemática passaram a perceber que a arte de criar um mosaico não estava longe das suas possibilidades, as de tecnologia serviam para os alunos desenharem os moldes, o que os ajudou a aprender a trabalhar com o computador”, conta Ivone. Ela acrescenta dizendo que os alunos produziram um mural e receberam a visita do próprio Bel Borba. O artista ficou encantado com o trabalho e passou toda uma manhã com eles.
Professores usam arte para ensinar - Na Escola Agnelo de Brito, localizada na Rua Manoel Almeida Pacheco, a arte serve como instrumento de trabalho para profissionais de outras áreas do saber que, para facilitar o aprendizado, utilizam a música, o desenho e a fotografia.
Reunidos no pátio, uma área de aproximadamente32m2, os alunos do turno da noite assistiram uma palestra realizada pela diretora da escola, Janet Silva Sarraf, que, após um discurso de conscientização, tocou a música “Cidadão”, da autoria de Lúcio Barbosa e interpretada por Zé Ramalho. “Tá vendo aquele edifício moço/Ajudei a levantar/Foi um tempo de aflição, era quatro condução/Duas pra ir, duas pra voltar/Hoje depois dele pronto/Olho pra cima e fico tonto/Mas me vem um cidadão/E me diz desconfiado/ Tu ta aí admirado ou ta querendo roubar”.
Após escutar a canção, os alunos foram convidados a voltar para suas salas. Em uma delas, onde, nas paredes haviam desenhos feitos em cartolinas e papel A4, a professora estimulava o debate, e os alunos que possuem idade entre 17 e 80 anos refletiam sobre a música e o compositor. Alguns chegaram a comparar a letra com suas próprias histórias de vida. “Tá vendo aquele colégio moço/Eu também trabalhei lá/Lá eu quase me arrebento/Fiz a massa, pus cimento, ajudei a rebocar/Minha filha inocente veio pra mim toda contente/Pai vou me matricular/Mas me diz um cidadão: / “Criança de pé no chão aqui não pode estudar”.
Ao final da visita à escola, fomos até a sala da direção. Sentada atrás de uma mesa, a vice-diretora, Luciana Pereira, falou que a instituição não conta com um profissional da área de educação artística, nem disponibiliza a disciplina para as suas crianças, modo carinhoso como chama as mães, pais e avós, estudantes noturnos. No entanto, mesmo sem uma disciplina específica, a arte não deixa de estar presente. Os professores que ensinam outras disciplinas trabalham com imagens, produções de desenhos e gostam de usar a letra das músicas para ensinar. “Tudo que se ouve fixa mais que a leitura”, afirma Luciana, que além de vice-diretora do noturno, na Escola Agnelo de Brito, é professora do matutino na Metodista Susana Wesley.
Trabalho do 3ºsemestre minha 1ª reportagem. Disponivel no jornal soterapolitanos.
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