Casa de farinha adere à modernidade

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Gisele Assis

Rodo de pau, faca sem ponta, forno, bolandeira (grande roda dentada movimentada por um animal) e prensa. Esses eram os materiais utilizados para a produção da farinha até pouco tempo. Atualmente, com a industrialização, as casas de farinhas estão trocando o trabalho braçal pelo maquinário. É o que acontece com a Casa de Farinha Comunitária do Povoado do Alto do Camelo, Cobí, Boa Vista e Adjacências.

O estabelecimento possui cinco máquinas, e está localizada na Boa Vista, município de Cachoeira. Foi fundada em 23 de março de 1997 e foi criada através da parceira entre a Instituição da Comunidade, Associação de Moradores e pequenos produtores do Alto do Camelo, Boa Vista e arredores. “Para construção da casa, foi repassada a verba pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR, que é um òrgão do governo, e os moradores contribuíram com a mão de obra”, afirma o diretor da Associação dos Moradores, Manoel Lima Pereira, conhecido pela comunidade como Nequinha.

A modernização da casa de farinha, segundo os usuários da mesma, melhorou a produção do produto, pois, aumentou a quantidade produzida, ocorreu o aproveitamento de toda a mandioca e diminuiu o trabalho braçal. “A farinha pesa mais, vendemos mais, e com as máquinas aproveita-se tudo da mandioca, pois ela tritura tudo. Antes, com o trabalho braçal as gomas que eram formadas no processo de torrar a farinha eram jogadas para os animais, para as galinhas”, conta um dos usuários do local, João Oliveira, 49 anos.

Desde os 10 anos, João trabalha produzindo farinha e afirma que agora com as máquinas no ambiente de trabalho o seu lucro chega até R$100 por produção. “Antes, a farinha era produzida com o rodo, a mandioca era colocada no forno e a máquina triturava. O trabalho era braçal. Agora colocamos a mandioca na máquina, ligamos e ela trabalha”, fala Oliveira.

Para utilizar a casa, os moradores da região têm que acertar entre si o horário ou dia para poder trabalhar na mesma, sendo que a família que chegar e encontrar o local vazio pode realizar a sua produção. O espaço é utilizado gratuitamente e tem como únicas regras, a obrigação de quem usou limpar o local e de cada um quarto de farinha produzida, três litros ficarem para casa. Segundo Nequinha os litros “doados” são vendidos e o dinheiro é utilizado para manutenção das máquinas, que é realizada por ele e pelo filho.

Maria Domingues Pereira, 52 anos, mulher de João explica que a farinha produzida na casa é de quem produz e a pessoa tem a liberdade para comercializar com quem bem quiser. “Os sacos de farinha produzidos pelas famílias são de quem a produz. Levamos a produção para casa e vendemos para nossos clientes, a associação não vende por nós, cada um vende o seu, nós só usamos o local”.

O designer e a notícia: Até onde essa relação é de ajuda mutua?

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Alfredo Silva é design há 18 anos, mas vai fazer 20 anos na área de diagramação e criação gráfica. Ele iniciou no Bahia Notícias através de um convite que recebeu, dois meses antes de sair o primeiro jornal, para fazer o projeto do mesmo. Após idealizar e fazer o projeto foi contratado para realizar a diagramação do jornal, onde continua, atualmente, exercendo a função.

* O formato do Bahia Notícias antes era diferente.
Antes era tablóide, agora passou a ser berline, que é o formato dos jornais tablóides Europeus.
* Por que mudou para o berline?
Foi Ricardo Lusble que optou pela mudança, é mais econômico e aleitura é mais cômoda, pois o jornal aberto fica na direção do ombro e também por estética, este modelo é mais bonito.

*Quais os programas que você usa?
O pagemaker 7.0, fotoshop e o ilustrador.

* Qual programa você acha melhor?
Eu prefiro o windesigner. É o programa ideal para o eletrônico (jornal).


* Atualmente existe o programa em que o jornalista redige a matéria e joga na página que o programa ajeita. Você acha que com isso é o fim do diagramador?
Não. Por que as páginas precisam ser pré-desenhadas. Tem que ter o formato de título, intertítulo, corpo do texto tudo definido. Qualquer outro efeito que você queira fazer você tem que criar em outro programa de designer e colocar o trabalho pronto neste programa.


* O que você acha do uso do infográfico é difícil fazer um?
O infográfico enriquece a matéria quando não se tem foto e ajuda a entender melhor o texto.


* Como ocorre o processo de criação do infográfico?
Nós passamos o brienfing, os dados levantados, para o art finalista, ele lê e pega elementos que constroem o gráfico.


* O computador tem que ter um bom giga de memória...
Não, no mínimo 16 de memória ram e o processador de no mínimo 1.8 HZ. Tem que ter um processador bom.


* Quais os cuidados que se deve ter na hora de fazer um trabalho de diagramação?
Primeiro é a preocupação para não “poluir” a página. Você não pode cansar o leitor colocando texto muito grande e fotos pequenas senão vai criar o que chamamos de nariz de cera. A leitura tem que ser leve, o olho do diagramador tem que ser o do leitor.


* Falam-se muito em arte gráfica e diagramação como coisas distintas. Existe diferença?
Existe uma leve distinção. O diagramador distribui na página os textos e a foto. O art finalista ele finalizao artigo, faz o infográfico, produz a artedo jornal.


* O que é mais difícil de fazer a diagramação de um jornal ou de um livro?
A diagramação do jornal é mais difícil por que muda a cada edição.

* Como o designer pode auxiliar na produção da notícia jornalística?
É responsabilidade do designer é programar as fotos que serão usadas e se serão horizontais ou verticais. É ele também quem diz ao jornalista qual é o tamanho da matéria a ser produzida. E se o designer tiver um pouco mais de experiência, pode até sugerir títulos e legendas. Ele também ajuda na distribuição dos espaços publicitários das edições.

Entrevista com Roberto Nunes

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Vou enumerar aqui dicas ditas por Roberto Nunes, em entrevista a turma do 4º semestre de jornalismo, do Centro Universitário da Bahia - FIB, no dia 30 de agosto .

Por que você deve ler este texto? Por que é importante para os futuros jornalistas escutar alguém da área, e o principal, ele tem experiência. Afinal ele é: jornalista, editor do caderno Motor do jornal Atarde e repórter do Atarde FM. Ele já cobriu: Esporte, Cidade, Ciência, Economia e agora está fazendo um programa de rádio na Radio Atarde FM.
AS DICAS:
  • 1. "O jornalista é um generalista - pode cobrir qualquer área".

  • 2. "O jornalista deve está o tempo todo buscando a informação ou uma linguagem".

  • 3. "O repórter tem que ser completo e apto a atuar em qualquer área".

  • 4. "É importante entrevistar a fonte permanente, não é bom fazer uma máteria só com informações de pesquisas".
  • 5. "No jornalismo humildade é essencial".
  • 6. Importante: Na dúvida nunca feche uma máteria.
  • 7. O mercado: "Salvador ainda é carente na área de Assessoria de Imprensa".

Material de apoio para as escolas

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Modificação de governo causa mudança na distribuição dos materiais para as escolas.

Gisele Assis

“O material de apoio escolar é comprado pelas próprias escolas”, afirmou Margarida Rios, diretora de suprimentos da Secretaria Estadual de Educação. Ela atende as necessidades mobiliárias e faz as licitações para que as instituições de ensino possam adquirir o dinheiro do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE). Ela afirmou que o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) disponibiliza através do PDDE a assistência financeira necessária para os colégios da rede pública. No entanto, com a mudança de gestão, diretores e funcionários falam que ocorreram conseqüências na distribuição dos materiais para as escolas.
O PDDE é um Programa do governo Federal que disponibiliza o dinheiro na conta das escolas municipais, por alunos matriculados nesta. O repasse da verba é feito anualmente para as instituições, com a finalidade dos diretores utilizarem com custeio, manutenção da escola, material de limpeza e material pedagógico, sendo este tombado pelo governo - cadeira, computador, armários e outros - necessários à instituição. Ficando sob responsabilidade do governo apenas o dever da distribuição dos materiais didáticos e o envio do dinheiro.
Atualmente as escolas estão participando do Plano de Desenvolvimento da Escola (PDE), que é um programa do governo Federal. Segundo afirmação de Luciana Pereira, vice diretora da Escola Municipal Agnelo de Brito, localizada na Rua Manoel Almeida Pacheco. Na escola, o programa funciona da seguinte forma: o governo Estadual envia 50% do dinheiro para a prefeitura, que deve complementar com a outra metade e repassar o benefício para as escolas, para os diretores poder investir na escola fazendo manutenção e comprando os materiais necessários para que esta continue funcionando. Caso o Prefeito não complemente, o beneficio deve voltar para o governo Estadual.
Em uma manhã de quinta-feira, no dia 24 de maio, na diretoria da escola Metodista Suzana Wesley, localizada na Rua Simões filho, na Boca do Rio, Virginia Mota Sebraz, vice-diretora e professora da escola, falou que “com a mudança de governo ocorreu alguns benefícios, chegaram mais materiais escolares, didáticos, jogos educativos, mas não teve uma alteração muito grande do outro governo”. Ela ainda declarou que os materiais de limpeza tiveram melhor distribuição na gestão passada, pois nesta, devido ao problema financeiro enfrentado pela prefeitura, o órgão teve maior atenção com a distribuição dos livros didáticos, os livros para a biblioteca e a instalação de computadores.
Virginia diz que utiliza a verba federal disponibilizada para as escolas municipais, através do PDDE, para comprar os materiais de limpeza que não são mandados pelo governo. Ela falou que quando o dinheiro demora de chegar os professores, juntamente com a diretora, Maria José, compram do próprio salário o material de limpeza que acabou.
Sentado em uma cadeira junto ao portão da escola, esperando o horário de acabar a aula para poder organizar as crianças de modo a não se machucarem, enquanto esperam os portadores, Raimundo Fernandes, coordenador do setor de limpeza, falou que quando falta o material de limpeza, comunica a diretora, que logo soluciona o problema. Ele fala que procura ter controle sobre o material de limpeza: “Como já trabalhei na limpeza, tenho uma base de quanto deve ser gasto. Se o colega pega uma garrafa de Q’boa pela manhã e a tarde pede outra, faço uma pesquisa para saber se realmente foi gasto uma garrafa de Q’boa em uma manhã e peço para que economizem”. Para Raimundo, o importante é não deixar a escola suja. “Os alunos tem que estudar em um bom ambiente”, salienta.
Na diretoria da escola Municipal Metodista, Ramaiana Jatobá, menina de 10 anos, aluna da quarta série, com o cabelo preso, mochila rosa de rodinhas, devidamente fardada, disse que o governo forneceu para os alunos, no início do ano letivo, livros didáticos, diários escolares, cadernos e lápis. Como seus pais já os tinha comprado, ela preferiu deixar para os colegas que não possuíam.
Ramaiana relatou que no intervalo gosta de ir para a biblioteca ler. A bibliotecária a orienta como utilizar os livros, porém para fazer seus trabalhos da escola, a depender do dia, utiliza o computador de sua casa. Ramaiana, no fim de semana, faz o trabalho em seu próprio computador e durante a semana faz suas pesquisas em Lan House. A necessidade de Ramaiana fazer a sua pesquisa fora da instituição ocorre pela falta de exemplares e diversidade de livros na biblioteca da escola.
Sentada em uma cadeira, localizada no canto esquerdo da biblioteca, de frente para porta de acesso ao setor, a bibliotecária Conceição Nascimento lia um livro didático, com a representação da obra de Edvard Munch, quando entrei para entrevista-la. Conceição disse que o acervo de livros existentes na biblioteca do colégio é pequeno, e que além de faltar mais tipos de livros para pesquisa, como enciclopédias e bons dicionários. Ela ainda fala que não há condições de emprestar os livros aos estudantes. “O número de exemplares é pouco, normalmente dois de cada, por isso não dá para ocorrer empréstimos, além disso, em casa eles não teriam os devidos cuidados com os livros, diferente da utilização na biblioteca, visto que, aqui eu posso orientá-los como podem conservar e manusear o livro”.
Conceição diz que apesar de não acontecer empréstimos de livros, os alunos têm o contato com estes. “Os alunos têm livre acesso aos livros. Na hora em que eles quiserem vir ler eles podem. Os professores muitas vezes os trazem até aqui, para escutarem ou lerem estórias, isto quando não levam os livros para trabalhar com eles, na sala de aula”. Ela ainda declara que os exemplares dos livros são tão poucos que às vezes quando mais de um professor quer trabalhar com o mesmo livro, o docente faz cópias do livro e paga com o próprio dinheiro.
Na escola Ruy de Lima Maltez, municipalizada há dois anos, localizada na Ladeira dos Galés, em Brotas, a realidade é bem diferente da Metodista. A professora Maria das Graças Meireles disse que “Com a mudança do Governo Municipal a mudança foi drástica, tanto para o material de uso dos alunos, quanto o material de higiene e até a merenda escolar”. Ela disse que falta tudo. “Quando a escola pertencia ao Estado tínhamos uma grande quantidade de material que era utilizado pelos alunos”.
Maria disse que quando falta ou atrasa a chegada do material didático, o professor sempre dá um jeito. “Trazem de casa, reciclam o que é possível e em último caso até pedem a quem pode trazer alguma coisa para compartilhar com os colegas”. A diretora da escola Municipal Ruy de Lima, preocupada com os alunos mais carentes, faz uma reserva de cadernos, lápis e borracha para distribuir a estes estudantes, para que eles não fiquem sem estudar só por causa da falta de material.
Anunciado recentemente, em rede nacional, pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva, o Programa de Desenvolvimento da Educação (PDE), chamado pela imprensa de PAC da educação, têm como função abranger o sistema de educação desde a infância a pós-graduação. O programa prioriza o investimento na educação básica, onde será investido no nível superior e este como é ligado aos outros níveis beneficiará a todos. No caso dos professores, vai melhorar o ensino dos futuros docentes, para que estes depois tenham mais informações e um método mais moderno de ensinar aos seus alunos.
No site da Universia Brasil, (www.universia.com.br), tem uma enumeração das principais ações anunciadas para cada nível da educação. A exemplo, na educação básica, dentre outros planos está a elaboração da Provinha Brasil, para medir o desempenho de crianças de seis a oito anos de idade. A criação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), variando de zero a 10. A implementação do programa Pró-Infância, que vai destinar recursos federais para a construção de creches e pré-escola. Realização de uma Olimpíada de Língua Portuguesa, como a Olimpíada de Matemática. Criação de piso salarial nacional do magistério; universalização dos laboratórios de informática, com criação do Proinfo rural. Algumas instituições de ensino já disponibilizam destes benefícios.

ENTREVISTA SOBRE MATERIAL DE APOIO PARA AS ESCOLAS

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A diretora da escola Municipal Agnelo de Brito, localizada na rua Manoel Almeida Pacheco, na Boca do Rio, Luciana Pereira Ramalho. Diretora, desde fevereiro do ano vigente. em entrevista a nossa equipe de reportagem, fala sobre o material escolar na Escola Agnelo.

GAS - Vocês contam com ajuda de custo de alguma empresa para o abastecimento de materiais escolar?
LP - Não, infelizmente somente os recursos do governo federal e municipal.

GAS - Com a mudança do governo ocorreu alguma modificação na distribuição dos materiais didáticos para a escola?
LP - Sim, os recursos que são de administração municipal sofreram uma brusca mudança, no que diz respeito à quantidade. Houve um decréscimo no envio de materiais do tipo: papel ofício, álcool (já que em muitas escolas usamos o mimeógrafo - absoleto, porém barato - em vez de computadores e impressoras), papéis diversos para trabalhos artísticos, etc.

GAS - O que é feito quando não tem materiais e nem recurso para comprá-los?
LP - Muitas vezes o professor e, a direção da escola compra, com recursos dos próprios, ou, o que acontece muito raramente, alguma doação da comunidade. Ultimamente, como não são mais enviados cadernos, lápis, borrachas e canetas, estamos pedindo aos alunos e suas famílias que providenciem.

GAS - O que é feito com o aluno que não tem possibilidade de comprar o material didático?
LP - Quando são poucos o professor, coordenação ou direção doa o material, mas quando são muitos, buscamos fazer campanhas com a comunidade na qual a escola está inserida.

GAS - A falta de material didático e de limpeza causa que conseqüências no aprendizado do aluno e no trabalho de vocês docentes e coordenadores?
LP - Sem dúvida que atrapalha e muito a falta de material didático, entretanto, como há o recurso criatividade, o professor e o coordenador sempre acabam "dando um jeito", o que permite aos nossos governantes certa tranqüilidade, pois sabem que nos preocupamos com o nosso alunado e procuramos sempre não prejudicá-lo com a falta de material didático; mas quanto ao material de limpeza, está se tornando rotina os diretores comprarem do próprio bolso ou se fazer campanhas com os alunos para angariar materiais de limpeza.

GAS - Como é distribuído o material didático (livros, revistas, cartilhas) para vocês?
LP - Na maioria das vezes, o MEC envia diretamente para as escolas. Livros de literatura, ou também conhecidos como para didáticos, revistas ligadas à educação (tipo Nova Escola, Educação, etc). O MEC e a prefeitura sempre estão munindo as bibliotecas escolares.

GAS - Como era feita a distribuição do material didático antes?
LP - Desde que ingressei na prefeitura, em 2001, a distribuição de livros já era feita dessa forma, portanto não posso avaliar outro método de distribuição.

GAS - O que é necessário fazer para a escola receber os materiais didáticos?
LP - De 3 em 3 anos recebemos catálogos de editoras que participam do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), para que possamos escolher os livros a serem adotados para o triênio seguinte, com base em informações do censo escolar e nas opções das escolas (que normalmente escolhem três livros para cada disciplina), o MEC envia, a cada três anos, livros didáticos.

GAS - O que é feito quando não tem os materiais e, não se tem previsão de quando vão chegar?
LP - Enquanto não chegam, temos que recorrer às apostilas mimeografadas, muitas vezes, já que nenhuma escola possui mecanografia e poucas possuem computadores. Fazemos a atividades avulsas para que os alunos não fiquem com o trabalho pedagógico emperrado por estarem sem livros.

GAS - Como é conservado o material didático?
LP - Há um trabalho efetivo de comprometimento dos familiares, bem como uma constante cobrança de colaboração para a conservação destes materiais. Infelizmente venho observando que a 'cultura' de que o "governo é que deu" e pode estragar que tem obrigação de dar mais ainda é muito forte. Se não houver um comprometimento da família, dificilmente essa postura mudará.

GAS - A escola possui biblioteca?
LP - Em algumas escolas há livros suficientes para montar uma biblioteca, porém não há espaço, como aqui na Agnelo Brito, porém os livros são usados em sala e com cirandas de livros entre os alunos. Já na Metodista Susana Wesley há o espaço da biblioteca, os alunos têm acesso aos livros quando necessitam ou querem, há uma bibliotecária que orienta os alunos, os professores têm um horário semanal de uso da biblioteca, para atividades variadas: a hora de contar histórias, leituras de gibis, pesquisas escolares, uso de Atlas, etc.

EDUCAÇÃO ARTISTICA

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Artes contribuem para a aprendizagem de alunos

Gisele Assis

A disciplina Educação Artística desperta nos estudantes todo o seu potencial e facilita o aprendizado. Algumas instituições de ensino, preocupadas com a formação cultural dos estudantes, procuram trabalhar os elementos da arte para estimulá-los. As escolas Metodista Susana Wesley e Agnelo de Brito, ambas localizadas na Boca do Rio, em Salvador, têm como método de ensino o uso da arte através do teatro, dança, artes plásticas, desenhos e fotografia.

Na escola Metodista Susana Wesley, localizada na Rua Simões Filho, na manhã do dia 21 de março, havia um mural com rabiscos que formavam desenhos feitos pelos alunos, e versos com frases carinhosas. No pátio, crianças corriam, afinal eram 10h - hora do intervalo. Em uma sala, logo ao lado do pátio, encontrava-se Maria José Falcão, diretora da escola. Ela informou que, apesar de não haver a disciplina educação artística no currículo escolar, os professores procuram ensinar utilizando os recursos artísticos. “Atualmente a escola possui uma professora que começará a dar aulas de dança às crianças”.

Após alguns minutos de conversa, fui apresentada à professora de Tecnologia Ivone da Anunciação, que falou a respeito do projeto interdisciplinar, realizado por ela juntamente com duas professoras, Rosana Giongo e Lúcia Florinda, docentes do pré II, atualmente CEB II. Nele, as crianças tiveram como atividade estudar um artista baiano e produzir uma obra inspirada em seu trabalho.

“Motivados pela vontade de conhecer mais sobre a arte do Mosaico, os alunos prestavam mais atenção nas aulas, estudavam a biografia de Bel Borba, faziam debates com as professoras e os colegas. Nas aulas de matemática passaram a perceber que a arte de criar um mosaico não estava longe das suas possibilidades, as de tecnologia serviam para os alunos desenharem os moldes, o que os ajudou a aprender a trabalhar com o computador”, conta Ivone. Ela acrescenta dizendo que os alunos produziram um mural e receberam a visita do próprio Bel Borba. O artista ficou encantado com o trabalho e passou toda uma manhã com eles.

Professores usam arte para ensinar - Na Escola Agnelo de Brito, localizada na Rua Manoel Almeida Pacheco, a arte serve como instrumento de trabalho para profissionais de outras áreas do saber que, para facilitar o aprendizado, utilizam a música, o desenho e a fotografia.
Reunidos no pátio, uma área de aproximadamente32m2, os alunos do turno da noite assistiram uma palestra realizada pela diretora da escola, Janet Silva Sarraf, que, após um discurso de conscientização, tocou a música “Cidadão”, da autoria de Lúcio Barbosa e interpretada por Zé Ramalho. “Tá vendo aquele edifício moço/Ajudei a levantar/Foi um tempo de aflição, era quatro condução/Duas pra ir, duas pra voltar/Hoje depois dele pronto/Olho pra cima e fico tonto/Mas me vem um cidadão/E me diz desconfiado/ Tu ta aí admirado ou ta querendo roubar”.

Após escutar a canção, os alunos foram convidados a voltar para suas salas. Em uma delas, onde, nas paredes haviam desenhos feitos em cartolinas e papel A4, a professora estimulava o debate, e os alunos que possuem idade entre 17 e 80 anos refletiam sobre a música e o compositor. Alguns chegaram a comparar a letra com suas próprias histórias de vida. “Tá vendo aquele colégio moço/Eu também trabalhei lá/Lá eu quase me arrebento/Fiz a massa, pus cimento, ajudei a rebocar/Minha filha inocente veio pra mim toda contente/Pai vou me matricular/Mas me diz um cidadão: / “Criança de pé no chão aqui não pode estudar”.

Ao final da visita à escola, fomos até a sala da direção. Sentada atrás de uma mesa, a vice-diretora, Luciana Pereira, falou que a instituição não conta com um profissional da área de educação artística, nem disponibiliza a disciplina para as suas crianças, modo carinhoso como chama as mães, pais e avós, estudantes noturnos. No entanto, mesmo sem uma disciplina específica, a arte não deixa de estar presente. Os professores que ensinam outras disciplinas trabalham com imagens, produções de desenhos e gostam de usar a letra das músicas para ensinar. “Tudo que se ouve fixa mais que a leitura”, afirma Luciana, que além de vice-diretora do noturno, na Escola Agnelo de Brito, é professora do matutino na Metodista Susana Wesley.

Trabalho do 3ºsemestre minha 1ª reportagem. Disponivel no jornal soterapolitanos.

SUBSOLO DO MERCADO MODELO SOFRE DEGRADAÇÃO

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Gisele Assis

O Mercado Modelo, localizado no Comércio, no antigo prédio da Alfândega, está passando por um processo de revitalização. Já teve a sua fachada pintada e revigorada. No entanto, o subsolo do local, que virou ponto turístico, encontra-se abandonado, em estado de degradação.

O subsolo que servia para atracamento de embarcações, que vinham do Recôncavo, foi modificado em 1984, ganhando alguns elementos para possibilitar o acesso de visitantes. Das duas escadas criadas, na sua última reforma, apenas uma funciona. Segundo o supervisor do Mercado, José Nilson dos Santos, o outro acesso encontra-se isolado, por causa de vazamentos e infiltrações, que ocorrem ao lado da escada.

Santos afirma que ao chover o acesso ao subsolo muitas vezes é vetado. A bomba de água, por falta de uma rigorosa manutenção, não funciona como deveria, deixando a água nivelada com as passarelas flutuantes usadas para locomoção. A falta de sinalizaçãoda entrada que dá acesso ao subsolo, o mau cheiro e, a falta de informações históricas são os fatores de maior reclamação das pessoas que visitam o local. Este é o caso da professora Hariola Lima Correia, morada de Brotas. Em visita ao subsolo, junto com os seus alunos, ela reclamou dos problemas, o que segundo a mesma dificulta a população de conhecer um pouco mais sobre a história da Bahia.

Pedro Costa, administrador do Mercado Modelo, falou sobre alguns projetos que tem para melhorar as condições do local, como tornar o ambientemais agradável e fazer exposições artística, que demonstrem as suas histórias e a da Baía de Todos os Santos. Ele informou que não colocou o projeto em prática por que aguarda a autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
(Minha noticia do 2º semestre)
* FOTO: LUCIANO GENONADIO

MISCIGENAÇÃO RELIGIOSA NA FEIRA DE SÃO JOAQUIM

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Gisele Assis

Quando se fala em feira regional a lembrança que vem à mente é de azeite, camarão, verduras, frutas e várias delicias da culinária, principalmente se esta for na Bahia. Porém, na Feira de São Joaquim, localizada na Cidade Baixa, em Salvador, o que chama a atenção é a venda de vários tipos de produtos e artefatos religiosos, desde itens ligados ao catolicismo, umbanda, até o candomblé. O ambiente conta com grande concentração de trabalhadores, cerca de 7 mil pessoas, com crenças diversas, aparentemente há uma convivência harmoniosa.
O vice-presidente do Sindicato dos feirantes (Sindfeira) e representante do Comitê de Defesa da Feira de São Joaquim, Joel Anunciação, conta que todos os sábados a rádio comunitária da feira faz a transmissão de um programa evangélico e não há qualquer registro de reclamações dos feirantes de outras religões. De acordo com Anunciação, "Os produtos religiosos claboram principalmente na questão do turismo, pois têm trazido o turista para a feira". Entre ops produtos comprados estão imagens, vestimentas, até objetos de barro.

A prática de atos religiosos na feira se dá de várias formas e chama atenção de quem transita no local. Na loja Casa de Xangô, por exemplo, há uma imagem de mais de 20 centímetro da Exu Maria Padilha, considerada pelos proprietários e funcionários a protetora da casa comercial. Já o comerciante Durvalino da Paz tem uma maneira diferente de expressar a sua religião. De maneira discreta, fica sentado em sua barraca acompanhando o programa católico diário comandado pelo Padre Marcelo Rossi. Ele relata que faz isso há dez anos e apesar de não aceitar o candomblé, não discrimina os praticantes, mesmo tendo ao seu redor muitas barracas de venda para produtos da religião. Para o comerciante, Deus é um só e deve-se respeitar a religião de cada um.


(Meu 1º trabalho, feito no 1º semestre, juntamente com um video)
* FOTO DE LUCIANA ZACARIAS

 

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